domingo, dezembro 03, 2006

Pegadas na lama escura


Esta pessoa que vemos na fotografia chama-se António de Almeida Santos e foi Presidente da Assembleia da República Portuguesa entre 1995 e 2002. Hoje, é presidente do partido que forma o nosso Governo e que detém a maioria dos assentos de deputado na Assembleia da República.

Recordemos alguma da Legislação do foro exclusivo da Assembleia da República, tal como é definida no site do Governo Português:

"Regimes de eleições e referendo; cidadania e símbolos nacionais; regimes do estado de sítio e de emergência; organização e funcionamento da Defesa Nacional, das forças de segurança, e dos Serviços de Informação; restrições a direitos dos militares e agentes das forças de segurança; regime geral do orçamento do Estado, das regiões e das autarquias"

Recordemos agora, muito resumidamente, alguns artigos que definem a Assembleia da República, tal como estão apresentados na Constituição da República Portuguesa. Segundo esse documento que rege o nosso Estado, "a Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses" (Artigo 147º), e "os Deputados representam todo o país" (Artigo 152º).

Sobre o mesmo tema, o site da Assembleia da República indica que "compete ao Presidente [da Assembleia da República] representar a Assembleia, presidir à Mesa, dirigir os trabalhos parlamentares, fixar a ordem do dia, depois de ouvir a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, assinar os Decretos e outros documentos expedidos em nome da Assembleia da República e superintender na sua administração".

Ainda nesse site, vale a pena, antes de nos debruçarmos sobre o cerne deste artigo, recordar as palavras do actual Presidente da Assembleia, Jaime Gama, sobre o órgão a que preside: "A Assembleia da República é o coração da vida política e a alma da própria democracia, a casa representativa do povo português, eleita por todos nós, cidadãs e cidadãos de Portugal"

II.

Feita a apresentação ao ex-Presidente e explicitada que está a função e o impacto na vida de todos os portugueses do órgão a que durante sete anos presidiu, analisemos com atenção as palavras com que responde, numa entrevista de 29 de Novembro de 2006 à revista "Sábado", à pergunta As pessoas pedem-lhe cartas de recomendação?:

"É verdade. Confesso que uma vez por outra ainda meto cunhas, mas não tanto agora. Era fácil dizer: tenha paciência, mas cunhas eu não meto. Mas isso é desumanidade, porque ali há uma aflição e eu tenho possibilidade de a resolver."

Esta afirmação é tão enorme e despudoradamente aberrante, que eu não só não sei por que parte da sua alarvidade começar a dissecá-la, como também não creio que esteja a honrar a inteligência de Leitor algum ao tentar explicar-lhe a minha opinião sobre a mesma, já que estas palavras falam por si.

No entanto, pensemos em conjunto:

Haverá algo mais anti-democrático do que meter uma cunha? Haverá algo mais desprestigiante para uma instituição pública do que existirem cunhas perpetradas por altos membros do seu aparelho? Haverá algo tão despudorado como alguém eleito pela unanimidade dos deputados à Assembleia da República admitir que o faz? Haverá algo mais egocênctrico do que justificar uma cunha metida por abuso de poder, com o desejo de resolver uma aflição?

Haverá algo mais idiota do que ter sido Presidente da Assembleia da República durante sete anos e ainda achar que resolver o problema de alguém com uma cunha não vai causar um desequilíbrio no sistema - em qualquer sistema - prejudicando mais pessoas do que a que se ajudou?

III.


Haverá alguém, para além de mim, que se preocupe com isto?

Luís Guimarães

publicado também em maisde1000vozes

21 comentários:

Anónimo disse...

então sofia?

Anónimo disse...

O que eu quero saber é se o Luis Vasconcelos Guimarães irá responder assim a quem lhe pedir uma cunha num futuro - talvez nem muito longinquo.

Anónimo disse...

Então digo eu, Fausto.

Antecipei-me meu caro: http://www.blogger.com/comment.g?blogID=20183234&postID=116481701085832826

Desta vez sem o meu "tom mordaz e provocatório de sempre", é que como diz el-gee: "estas palavras falam por si".

Gerou-se ali uma amena cavaqueira. Exímia qualidade. A não perder(es).

Anónimo: aposto que ninguém que conheça minimamente Luis Vasconcelos Guimarães terá a coragem de lhe pedir uma. Poucos terão conseguido assimilar como ele o "ubi homo ibi societas, ubi societas ibi jus"... e o que isso implica.

Percebo o teu desencantamento em relação à ideia de que não há pessoas incorruptíveis, mas não o partilho.

"Em todas as épocas, em todos os séculos as pessoas distinguem-se pelas iniciativas que têm e pela forma como lutam por elas. Nos dias de hoje, falta-nos espaço para pensar e por vezes acomodamo-nos tristemente ao corriqueiro (...)"

Eu assino por baixo.
Cada um de nós está aqui para fazer a diferença, e tentar que isto tudo avance mais um bocadinho...

Anónimo disse...

Penso que um artigo que se escreve num blog não deverá ser reencaminhado através de um link para um outro blog. É uma forma de publiciade e remete para um bolg de outro autor uma discussão que se deveria fazer neste blog.

El-Gee disse...

Caro anónimo, o Luís Vasconcelos Guimarães lida diariamente com informação que movimenta, pelo simples facto de existir, milhões no PSI-20 diariamente. Com um “Enter” já executou decisões suficientemente decisivas para gerar valor suficiente para alimentar o país inteiro durante um ano.

Recebe mensalmente telefonemas e pedidos de cunha, e semanalmente chamadas de amigos e conhecidos a pedir informações confidenciais que os levem a ganhar dinheiro na bolsa no dia seguinte. O Luís Vasconcelos Guimarães recebe, inclusivamente, chamadas de amigos que lhe pedem uma ajuda para fugirem ao pagamento das facturas da empresa onde o Luís Vasconcelos Guimarães trabalha.

O Luís Vasconcelos Guimarães nunca recomendou com a sua opinião um amigo para a sua empresa (embora já tenha entregue currículos de conhecidos que considerava meritórios de ir a uma entrevista, deixando depois o processo de selecção a cargo do seu director, já que o processo de recrutamento no seu departamento começa geralmente por referências pessoais de pessoas com qualidade), jamais revelou a alguém conhecido ou desconhecido um única palavra de informação confidencial, e ignora os amigos que tentam fugir ao pagamento das facturas da empresa onde trabalha.

O Luís Vasconcelos Guimarães, apesar de tal lhe ser permitido, nunca comprou ou recomendou comprar acções da sua empresa ou de outras, apesar de diariamente lidar com decisões e informação que lhe permitem prever com exactidão quase matemática a reacção do mercado de capitais às decisões que ele próprio toma e ajuda a tomar, no seu dia-a-dia.

O Luís Vasconcelos Guimarães diz recorrentemente a amigos que não considera que eles tenham o perfil indicado para trabalhar no lugar onde trabalha.

O Luís Vasconcelos Guimarães não troca, e jamais trocará, os seus valores por dinheiro ou pelo agradecimento de alguém. Se calhar por isso, o Luís Vasconcelos Guimarães tem amigos que o prezam pelo que é e não pelo que pode hoje ou poderá um dia fazer pelas suas vidas.

O Luís Vasconcelos Guimarães acredita na emancipação do Ser Humano, no mérito, e no esforço pessoal, e baseia nisso a sua vida profissional e pessoal.

Já agora, se o caro anónimo viu um "Vasconcelos" num artigo assinado "Luís Guimarães", ou demonstra uma invulgar visão de entrelinhas ou então está muito familiarizado com o Luís Vasconcelos Guimarães, o que – especialmente se se verificar o segundo caso – leva o Luís Vasconcelos Guimarães a questionar o porquê de um comentário mascarado pelo anonimato.

Tem o anónimo vergonha do Luís Vasconcelos Guimarães?

El-Gee disse...

Fausto,

Este artigo foi publicado no meu blog e é lá que pertence. Está também aqui porque o Bernardo Theotonio Pereira me convidou a escrever algo no Opinaria, e eu achei que este seria um bom tema.

Ficas aliás a saber que dirigir para o meu blog qualquer artigo que aqui escrevesse foi uma condição que coloquei para escrever no Opinaria, porque é no meu blog que quero que estejam os meus textos. Tudo o que eu escrever onde quer que seja, estará originalmente no meu blog. Permitir ao Opinaria publicar algo escrito originalmente no meu blog é um favor que faço, e não um favor que peço.

Penso que o Bernardo sabe disso e convido-o, sem provocação e com total frontalidade, a retirar este artigo do Opinaria, se lhe apetecer.

Não remeto o texto para o meu blog por uma questão de publicidade, porque o meu blog tem como audiência-target a minha satisfação pessoal. A minha ambição de ser lido e publicitado roça a nulidade. Remeto o texto para o meu blog porque, de facto, o meu blog está aqui a ser citado. Enganador seria não o referenciar.

Com as devidas diferenças, achas que é por questões de publicidade que o Pacheco Pereira refere no seu “Abrupto” (abruto.blogspot.com) a revista “Sábado”, quando publica no blog artigos que originalmente publicou na “Sábado”?

No entanto, a tua visão é legítima e considero muito útil esta discussão, porque os “do’s” e “don’t’s” da blogosfera estão ainda por definir, e nós, falando deles, estamos a ajudar a criá-los.

Luís

Anónimo disse...

Corrijo então, mas mantenho a minha opinião. A discussão util e saudavel que um artigo de um blog suscita deverá ser discutida no proprio blog. Não concordo com o facto de um mesmo artigo ser publicado em 2 blogs separados. A critica irá talvez mais para o Bernardo pois peca pois este facto peca por falta de originalidade e interesse. O "director" de um blog deverá conseguir motivar as pessoas a escreverem para o seu blog um artigo original e unico.

Fica o registo.

Abraço a todos

Anónimo disse...

Com toda a sinceridade acho muitas das discussões deste blog como também de outros, é verdade, uma verdadeira perda de tempo.
Digo-o por ter a sensação que muitos dos que assinam estas "crónicas" não têm mais do que um conhecimento superfluo do assunto sobre o qual tanto e com tanta pompa escrevem, antes tendo, isso sim, um desejo inversamente grande de aparecer e de escrever sobre algo que se calhar até gostariam de saber.
Tudo isto para elogiar o artigo do Luís que, sem muito escrever, foi certeiro no ataque a um ponto e a uma figura particularmente emblemática de uma mentalidade tão enraizada e prejudicial para uma sociedade que se quer sã e desenvolvida, baseada nos normais critérios do mercado.
É, de facto, um ponto que nos deixa a reflectir e sobre o qual não podemos nós próprios deixar de olhar para o nosso próprio exemplo, numa palavra: parabéns luís pelo tema e pela oportunidade com que o suscitaste.
Como teu amigo, e a finalizar, não consigo deixar de dizer que estranho tanta gabarolice, ainda para mais com tão frouxo "picanço". Não digo que tenhas ou não razões para ser modesto ou o que quer que seja, que não tenhas qualidades ou nem trabalhes numa empresa de sucesso e de milhões como tu próprio afirmas, mas ostentar toda essa capa quando estás no mercado de trabalho há pouco mais de um ano e nessa empresa há pouco mais de seis é estranho e não te fica nada bem, enfim. Apenas um reparo.

Forte abraço e discutam mais em qualidade do que em qualidade. Mais do que qualquer outra discussão em torno de um blog esse é e será sempre, creio, o tema chave destas casas de opinião

El-Gee disse...

Nao queria nem quero centrar isto sobre mim e se tivesse aqui o teu mail respondia-te sem maçar os restantes leitores do blog, mas apesar de reconhecer na tua critica ao que chamas de minha gabarolice alguma verdade, tenho a dizer o seguinte em defesa da minha humildade:

1. Nunca me gabei do (pouco ou muito) que sou ou do que tenho na vida, e se o fiz aqui foi para mostrar ao comentador anonimo que, quando falo ou escrevo sobre algo, tenho conhecimento e autoridade para falar sobre o assunto

2. Tens razao e concordo, nao sou ninguem no mercado de trabalho. Porem, lembro que tambem é verdade que a honestidade parte de ninguens como eu e todos os outros recem-licenciados. Quando dou exemplos do impacto que as minhas acções podem ter, nao o faço por gabarolice mas para provar o meu ponto de que, ao contrario do que o anonimo sugeria, tambem eu estou sujeito a pressoes, às quais nao cedo.

3. Nao foi "picanço", foi uma resposta legítima de uma pessoa identificada a uma provocação pública de um anónimo sobre a sua honestidade

4. Desculpa a numeração, é para facilitar a estruturação e não por arrogância


Já agora, em relacao à critica que fazes no segundo parágrafo: nunca se sabe o que está por detrás da motivação das pessoas de facto. Mas o que eu sei, e a razão que me leva a ler este blog, é que - bons ou maus, interessados ou desinteressados - os autores destes textos dão a cara e a opinião, em público, e isso é louvável.

Especialmente louvável é, a meu ver, a iniciativa do Bernardo TP que se dá ao trabalho de convidar pessoas, escrever, desenhar o blog, publicitá-lo, mantê-lo e dar a cara por ele. O interesse que ele tenha ou não tenha, é indiferente para mim: quanto a mim, fá-lo por interesse público. Mas se o fizesse por interesse pessoal, onde é que ele estava a prejudicar quem quer que fosse? Opinar é de graça, não prejudica ninguém, e se um autor beneficiar disso, só está a colher frutos do próprio esforço o que, se pode ser considerado minimamente hipócrita, não é prejudicial para ninguém.

Já agora que estou com a mão na massa lembro que, a criticar assim abertamente figuras influentes, eu pessoalmente tenho mais a perder do que a ganhar com isto tudo. Fica assim, da minha parte, excluída a possibilidade de ter algum interesse com isto. De resto cada um que fale por si, ou então não fale, porque sinceramente é-me indiferente.

Anónimo disse...

100% de acordo com o anónimo...

Tanta gabarolice Luís?É verdade que escreves bem, que trabalhas numa empresa reputada, que sabes com exactidão matemática, como se irá portar o PSI-20 (ridículo...) e quais serão os comportamentos dos principais mercados internacionais...

Mas quem nos disse a nós que não entraste ai com uma cunha?

A Humildade é uma virtude de que se deve abusar...

Cumprimentos

El-Gee disse...

FACTOS:

Um anónimo a apontar-me o dedo por

1) falta de humildade
2) gabarolice
3) ser ridículo
4) eventualmente ter entrado no meu emprego por cunha



MINHA RESPOSTA:

1). 2) e 3) São opiniões desse anónimo sobre mim. Quem, como eu, diz e assina o que pensa, sujeita-se a todo o tipo de críticas e elogios. Ambos são benvindos.

4) Não entrei por cunha e digo-o com total sinceridade e com absoluta indiferença para o facto de acreditarem ou não. “Anónimo”, pensei que isso tinha ficado claro, depois de tudo o que eu escrevi aqui nos últimos tempos!! Não sou pessoa de agir contrariamente ao que escrevo. Ficas a saber isto, e assim poupo-te tempo para a próxima vez que te apetecer reflectir acerca da minha honestidade.



ACRESCENTO:

Tenho nome, mail, número de telefone, morada. Tenho uma identidade. Sou muito fácil de contactar, portanto. Para além disso, até sou uma pessoa aberta, tolerante, bem intencionada. Posto isto tudo, não percebo porque é que os anónimos não usam as suas identidades para me criticar?



PARA FINALIZAR:

Comentários, elogios e críticas anónimas são para mim benvindas enquanto forem eticamente razoáveis. Como não considero razoável ter os meus valores postos em causa por alguém que não assina, peço que tenham isto em mente para a próxima vez que decidirem esconder os vossos ataques no anonimato. Isto não implica que eu queira evitar ter esses mesmos valores postos em causa, desde que alguém assine: de facto, dar-me-ia imenso prazer falar sobre eles com alguém que queira debatê-los e pô-los em causa numa base de igual para igual.

Anónimo disse...

Não sou um anónimo desta vez, somos dois anónimos.

De visita a esta site, lá acabámos por ler o artigo e por ver os comments que em consequência dele foram aparecendo.
Se, por acaso, até gostei do texto achei o auto-elogio desse tal de Luís Vasconcelos Guimarães destestável. De facto, e se for verdade aquilo que aqui se diz que esse rapaz está na empresa há 6 meses e no mercado há pouco mais de um ano é pura e simplesmente ridículo o que aqui veio afirmar, só demonstra falta de maturidade e que tem ainda um longo caminho a percorrer até ser aquilo que pelos vistos tanto gostaria de poder já ser.
Antes de pensares nos favores que podes fazer aos outros pensa nos que podes fazer a ti próprio e cala-te antes de dizeres parvoices como as que disseste!

Anónimo disse...

"o Luís Vasconcelos Guimarães lida diariamente com informação que movimenta, pelo simples facto de existir, milhões no PSI-20 diariamente. Com um “Enter” já executou decisões suficientemente decisivas para gerar valor suficiente para alimentar o país inteiro durante um ano."

Não te queria ofender, nem estava a dizer que eras ridículo. O que achei menos nobre foi este excerto que acima transcrevo...

O que é que pretendes então?

1) Que suas excelências, o Dr. Teixeira dos Santos e o Dr. António Mexia, venham ao blog deixar o seu comentário para te agradecer?

2) Deixar estes pseudo-intelectuais embasbacados a dizer "Este Luís é Fabuloso!!" ?

3) Impressionar quem, afinal de contas?


Já que és uma pessoa com muitas e boas qualidades, fiz-te apenas esse reparo... Não te devias deixar envolver demais, nem deixar "picar" por comentários anónimos...

Portugal está grato a Vasconcelos Guimarães, por ter gerado muito dinheiro com um simples toque no "enter"... Enfim...

Modéstia, modéstia, modéstia...

El-Gee disse...

O Bernardo Theotónio-Pereira deixa sempre ao meu critério aceitar os comentários anónimos que têm aparecido sobre o meu texto (ou, mais surpreendentemente, sobre mim).

Como até agora, aceitei-os e publiquei-os, sem excepção. Provavelmente, devo ser das poucas pessoas que dá, num espaço seu e com tanto ânimo leve, voz a anónimos, ainda para mais quando me criticam de uma forma tão básica e despudorada.

É evidente que são críticas pouco construtivas mas, apesar de tudo, sinceras. Uma sinceridade mesquinha, cobarde e destrutiva, por certo, mas sincera.

Pode-se discutir qual a real sinceridade de uma opinião sem rosto. Quem sabe seja apenas uma sinceridade dirigida a destruir-me num espaço público.

A mim, surpreende-me pensar que andam por aí pessoas minhas conhecidas que me têm tanta antipatia, mas não o dizem cara-a-cara. A minha compreensão até conseguiria suportar uma carta ou um telefonema anónimo dirigido a mim pessoalmente, mas esta destruição em público..? O que será que move estas pessoas?

Mais me surpreendo com o facto de, evidentemente, os mordazes críticos anónimos extraírem prazer das suas intervenções. Lê-los é, para mim - e escrevo-o sem o mínimo rancor - uma viagem deprimente à mesquinhez e cobardia humana.

Não tenho prazer nenhum – antes pelo contrário – em considerar mesquinhos e cobardes os comentários anónimos que têm aparecido aqui sobre mim, mas há que constatá-lo abertamente: isto são pessoas com problemas de afirmação pessoal.

É óbvio que, no plano da discussão pessoal do carácter de cada um, esta é uma batalha que está para mim perdida à partida, porque estou a argumentar, armado só com a minha ingenuidade, contra uma parede vazia. Sou atacado e elogiado sem possibilidade nenhuma de avaliar o carácter das pessoas que me louvam e criticam. As críticas e elogios que me fazem, não podem ser por mim retribuídas.

Estou, por assim dizer, sempre à defesa: no plano na discussão pessoal do carácter, o máximo a que posso aspirar é a um empate, ou a uma vitória conceptual.

Portanto, enquanto aceitar comentários de anónimos, estarei sempre a expor-me completamente, face a alguém que não se expõe minimamente.

É, sem dúvida, um exercício meramente retórico.

Porém, com críticas posso eu bem. Não me peçam é que continue a responder a caras sem rosto.

Luís

Anónimo disse...

LOL!!!

Só podes estar a brincar!!!

Antes de mais, não te conheço e para ser sincero, também não tenho o menor interesse. Sou bastante mais velho que tu, e tenho a impressão que não sou tão vaidoso como tu.

Tu expões-te num blog (que é público, lembre-se) e depois ficas triste/chateado quando um ou mais anónimos te atacam/criticam.

Ora, eu não concordando contigo, critico/argumento; no entanto não me quero expôr perante miúdos de 18 anos que acabaram de tirar a carta e têm "enter's" milionários...

Não penses que procuro aqui uma vitória retórica, porque sendo anónimo ninguém me irá credibilizar... São apenas reparos!! Penso que tens razão nalgumas coisas que dizes, todavia deixas-te levar por um discurso agressivo e corrosivo, que em nada te beneficia.

Assunto encerrado, porque também tenho pouco vagar para isto...

Fica tu com os louros...

Anónimo disse...

Porque não assumir a infelicidade daquela frase?? (Patente aos olhos de todos pelos vistos)
Seria da tua parte um gesto simples e igualmente nobre que te pouparia a essas dissertações vazias sobre o anonimato no seu local mais próprio, a internet...

Anónimo disse...

Se me permites, problemas de afirmação tem quem tem necessidade de dizer aos outros coisas daquelas (sem que sequer fosse perguntado) e nunca quem constata o ridículo e o pretensiosismo das mesmas...

El-Gee disse...

Já respondi a isto tudo mais acima. Estamos, agora, a navegar em referências circulares.

Anónimo disse...

Luis Vasconcelos Guimarães, nem acredito no que acabei de ler.
Não só o teu texto sobre cunhas é surreal, como o comentário que escreveste na 3a pessoa faz de ti, nada mais nada menos, do que um presunçoso e um infeliz. Ninguém que esteja completamente certo do seu valor tem necessidade de fazer um auto-elogio destes.
Começando pelo texto sobre as cunhas, começo por questionar a tua legitimidade e sabedoria para te dares ao luxo de tecer uma opinião tão convicta sobre um tema tão complicado, e contra uma pessoa que, muito mais do que tu alguma vez terás,tem uma carreira profissional que o suporta.
No dia em que tiveres um amigo, um familiar, ou alguém de quem gostes verdadeiramente, a precisar da tua ajuda, acredita que não faz de ti melhor pessoa o facto de não o ajudares. Uma pessoa que não é capaz de fazer um gesto por quem mais gosta de si, não merece a consideração de ninguém. Na vida nem tudo é preto e branco, e só poderás dar opiniões destas quando realmente tiveres passado por situações limite. Até lá és só mais um demagogo presunçoso a opiniar sobre aquilo que não sabe.
Toda a gente é contra cunhas por principio, o problema aqui não é o principio, são os particularismos das situações concretas, pelas quais certamente nunca passaste, pois, estando no mercado de trabalho há menos de um ano, certamente não és de grande utilidade para ninguém.

El-Gee disse...

Isto sim é um comentário bem justificado, fundamentado, sincero e assinado (assumindo que diogo tavares é o verdadeiro nome do autor).

Obrigado. (Já agora Diogo, não me leves a mal não comentar o que escreves, mas não tenho mais nada a acrescentar ao que já escrevi ao longo destas conversas com a parede do último mês. No entanto, li e assimilei com atenção as tuas palavras e críticas.)

Abraço

Anónimo disse...

Caro Luís Guimaraes.
Li o teu artigo e até achei interessante, apesar de não dizer nada de novo...

Não vou deixar de comentar a tua infeliz auto-descrição na 3ª pessoa que é no minimo ridicula...Não sei onde trabalhas, mas reza para que um colega mais mesquinho não veja isso...só um conselho...

Quanto á minha opinião sobre as cunhas, no sector privado acho que é mais ou menos irrelevante, agora no sector publico é uma coisa que me deixa fora de mim....

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