quinta-feira, dezembro 21, 2006

Alto, Medio e Baixo de Dezembro

Antes de mais não queria deixar de pedir desculpa pela minha ausência.
Esta semana irei realçar, classificando, alguns episódios e notícias destas últimas semanas de Dezembro.

ALTO

O cimeira Euro-África a realizar na Presidência Europeia Portuguesa a partir de Junho de 2007.
Foi um ganho muitíssimo importante, que colocará Portugal no centro da negociação com um Continente em desenvolvimento e a desenvolver com o qual historicamente possuímos e mantemos "bons" laços.

Contudo, prosseguindo o já "ditado" do economista João César das Neves: "Não há almoços grátis"; Qual será a "factura" que a UE nos cobrará por este posicionamento na linha da frente?
A seu tempo descobriremos...

MÉDIO

Os acontecimentos relativos ao Caso "Apito Dourado":

1) Nomeação por parte da Procuradoria Geral de Maria José Morgado como responsável por todo o caso.
2) Livro "Eu, Carolina" Que por mais verdades, mentiras, intrigas ou protagonismos, mostrou bem o estado degradado e degradante em que se encontra o nosso sistema judicial e sociedade.
É uma vergonha que este livro contenha provas relevantes para a resolução e descoberta da verdade deste caso.
Não podendo deixar de realçar a coragem desta senhora, que arrisca certamente a sua vida com a publicação deste livro...esperemos que não tenha o mesmo "final" de todos aqueles que afrontaram e desafiaram o Sr.Pinto da Costa e o "Sistema" do Futebol Português.

BAIXO

Entrevista de Diogo Vaz Guedes ao Diário Económico onde afirma, sem mais, a existência de um mercado: "O mercado ibérico". Desconsiderando, frustrando e eliminando o mercado nacional.
Facto que, para além, de "chocar" com as suas iniciativas e opiniões no âmbito do "seu" Compromisso Portugal, descridibiliza o empresário.
De facto não há dúvida que existe um mercado ibérico. Contudo este facto não pode eliminar, ou pretender eliminar, o mercado nacional, sendo uma pena, tristeza, que empresários, com certas responsabilidades a nível nacional, vejam nesse facto uma verdade insolúvel, irremediável e indiscutível.
Para bem de Portugal, do futuro e do nosso desenvolvimento económico esperemos que seja o único...

Obrigado a todos por estes primeiros meses cheios de opinarias e participações.

Um bom Natal!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo,

Apenas gostaria de fazer dois reparos:

- O primeiro é que o célebre ditado "não há almoços grátis" não foi proferido, antes plagiado, pelo economista portugues João Cesar das Neves. A frase pertence ao meu amigo Robert A. Heinlein cita na sua obra "The moon is a harsh mistress", convidando desde já os mais assíduos a ler.

- O segundo é que nao considero ser (na minha humilde opinião) um ponto baixo a entrevista de Diogo Vaz Guedes ao diário económico já que ele ressalva a cooperação que tem de haver entre o mercado Luso e Hispano para tornar-nos competitvos com as potências da união europeia. devemos apoiar-nos e aprender com os nossos parceiros e não enclausorar-nos no mercado interno de 10 milhoes de pessoas quando podemos prespectivar um volume de procura de cerca de 55 milhões. A união num mercado singular com a Espanha trazer-nos-à mais beneficios que prejuizo e continuar a olhar para a economia portuguesa numa prespectiva patriótica é um erro.
já me estendi mais para além daquilo que desejava.
Um grande abraço e bom ano!

Saca

El-Gee disse...

Nao li a entrevista do Vaz Guedes, mas sobre o tema diria - concordando com Saca - que a definição geográfica de mercados é um disparate. A questão fronteiriça não deve nunca ser um factor importante na definição, para uma empresa, daquele que é o seu mercado-alvo.

As empresas escolhem os mercados tendo em conta o seu crescimento, o fit entre o mercado e o seu produto, a dimensão, os skills das empresas, primeiro. Depois, entram questões logístcas, fiscais, culturais, etc, etc.

O "mercado português" é, nesse sentido, sempre um mercado limitado para uma empresa portuguesa, porque há poucas componentes desse mercado que não se verifiquem também em Espanha.

Pessoalmente, acho que menosprezar a preponderância do mercado ibérico (do mercado Europeu; do mercado global) é um erro tremendo e um provincianismo perigoso.

Nesse sentido - e não tendo lido a entrevista, portanto falando apenas do que penso da importância do mercado ibérico - sem dúvida que o mercado ibérico é o mínimo em que uma empresa portuguesa de méia dimensão deve apostar, para se desenvolver sustentavelmente. Creio aliás que, isso sim, é respeitar o mercado português, pois é dar ao consumidor e à mão-de-obra portugueses a oportunidade de provar o seu real valor face aos vizinhos do lado.

Não pondo em causa a responsabilidade social das empresas portuguesas em Portugal, oponho-me total e liberalmente à limitação da visão empresarial portuguesa ao pequeno, estagnado e amedrontado espaço económico português.

Depois disso é óbvio que cada caso é um caso: há empresas para as quais seria errado ir para Espanha, como é evidente.

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