domingo, outubro 15, 2006

Pensar Portugal

Tem sido um tema, e opinião, corrente a defensa de pactos políticos. De facto, é urgente e preciso uma uniformidade política em determinadas áreas e matérias.
Mas por mais pactos que se possam fazer, por mais condicionado politicamente possa estar um governo, de nada serve se não existir um objectivo. Uma meta!
Continuar a fazer só por fazer, porque outros fazem ou fizeram não é, nem pode ser, a motivação.
Portugal precisa de traçar o seu "destino", o seu caminho.
Precisamos de reflectir e pensar o que queremos para e, de, Portugal.
Precisamos de nos definir, de nos projectarmos a médio, longo prazo.
Esta definição, este traçar de rumo, ao contrário do que muitos possam pensar, não é impossível ou utópico. Tem de ser elaborado, tal como num pacto, em congruência de ideias, delineando de forma clara os objectivo a atingir…a meta... O que Portugal tem de ser!
Depois, a margem de manobra política dos governos e partidos é semelhante com a dos Estados Membros nos processos de transposição de directivas europeias, que apenas os vinculam quanto ao fim a atingir, deixando total liberdade, ou até mesmo discricionariedade, quanto aos meios e forma.
O que não podemos é continuar com uma alternância quadrienal de políticas e reformas estruturais apenas por questões de divergência político-partidárias.
Além do mais, hoje, inseridos neste mercado europeu uno e extremamente concorrencial, não nos podemos dar a este luxo. A esta "anarquia política".
Precisamos de nos especializar, apostando forte em determinados sectores económicos, frustrando outros.
Por tudo isto, arrisquei a pensar no tal destino para a “Caravela Portugal". Assim, comecei por reflectir e pensar sobre Portugal. Características. Trunfos.
Desta forma, identifiquei quatro trunfos essenciais para poder, depois, traçar o tal "destino", meta, para a nossa querida "Caravela".
1º - Fronteiras.
Portugal é dos poucos países que apenas tem uma fronteira terrestre. Com Espanha. País com quem devemos, forçosamente e para o bem-estar de todos, promover laços e boas relações;
2º - Vasta costa marítima.
Tal como nos séculos passados o Mar foi, e tem de continuar a ser, uma porta para o Mundo, uma âncora mas, acima de tudo, um “amigo”.
3º - O clima.
Situado, hoje, no ponto mais ocidental da Europa, Portugal tem um clima único e ideal para receber.
4º - Pessoas.
Por último, para mim muito importante, somos um povo fantástico, extremamente acolhedor e amigo. Temos a virtude e o gosto, verdadeiro e puro, de gostar de receber.

A receita é simples, juntando a estes quatro "pequenos" condimentos, a nossa história e características culturais, o resultado foi: Turismo, Serviços e Pesca.

O destino da nossa, segura, "Caravela" é o "porto"- Turismo, Serviços e Pesca. É neste sentido que termos de navegar.

A forma e o meio para chegarmos a este bom porto, isto é, as políticas encontradas e a executar para nos transformarem num País competitivo e líder nestes três sectores, será a missão, quer dos nossos dois, bons e seguros, "comandantes", como da nossa, esforçada e trabalhadora "tripulação"

Será certamente uma viagem difícil, de decisões difícies, mas só eles, com grande garra e espírito de equipa, conseguirão encontrar o caminho certo.

Este será o seu próximo grande e importante desafio!

12 comentários:

Anónimo disse...

É com alguma perplexidade que verifico que alguns comments são apagados...digamos que este é um espaço tirano-democrático

Anónimo disse...

Para aproveitar todos os recursos que o nosso país tem temos prioritariamente de apostar na educação acima de tudo. Só com um sistema educativo inteligentemente concebido podemos andar para a frente e deixar de ser este país de saloios que não dá valor ao que tem e que está a entrar numa inevitavel falência. Temos recursos sim senhor temos também de dizer não (na minha opinião, claro aos seguintes factores):
- Graffitis na cidade e zonas históricas do país;
- Centros comerciais;
- Estadios de futebol em cidades sem clubes;
- Taxista do aeroporto;
- Taxistas em geral;
- Pinto da Costa;
- Valentim Loureiro;
- Morosidade cómica da nossa justiça;
- Morangos com açucar;
- Programas da TVI em que o probrezinho ganha dinheiro consoante a prestação musical do "artista" que o apadrinhou;
- Continente ao domingo com fato de treino de licra roxo;
- Cheiro a mijo no bairro alto;
- Horários/remuneração da função pública;
- cuspir para o chão enquanto uma das mãos afaga sem vergonha a zona púbica;
- culto da grelha;
- culto de roubar o que é de graça;
- culto miserabilista das velhinhas entrevistadas em horario nobre (estão sempre doentes ou com algum parente próximo a morrer...);

enfim, desculpem o caracter negativo do post.

abraços Fausto

Anónimo disse...

Li com bastante atenção este ultimo post do bernardo,tal como ja tinha lido outros, mas este suscitou-me o (des)interesse sobre o mesmo! Sem ser nenhuma critica pessoal, o meu comentario é apenas ao nivel do conteudo do post! Em primeiro lugar,quando se fala de "alternancia quadrienal de politicas e reformas estruturais apenas por divergências politico-partidarias" nao nos podemos esquecer que estamos a ser governados por um governo socialista,de centro-esquerda ou esquerda para os mais ortodoxos, que tem sido acusado de aplicar politicas da direita! Por isso estou convicto que o "caminho para a meta" ou os entraves para a mesma nao passam por ai! E eu nao sou apoiante ou militante do PS, para que fique claro que nao é uma critica/incentivo partidario.

Em segundo, qual é a meta? Em que consiste essa meta? O que é que "Portugal tem que ser"?
Ter um superavite orçamental? Ter 90% da populaçao com escolaridade obrigatoria? Ter um saldo da balança comercial positivo? Uma justica eficaz? Um Estado sem burocracias? Hospitais e centros de saude com condiçoes para toda a populaçao? Ficava aqui até amanha...
Ou será que vamos deixar de dizer que é tudo um desafio,que precisamos de mudar,que Portual tem que ir para a frente,que falamos lindamente e escrevemos ainda melhor, mas que nao conseguimos dar nenhuma opiniao, nenhuma critica, nenhuma ideia em concreto?

Na minha opiniao esses quatro trunfos, nao sao trunfos, sao apenas caracteristicas, algumas banais. Senao vejamos:
FRONTEIRAS - Laços e boas relaçoes ja estao estabelecidas... Autoestradas que ligam todo o Portugal a Espanha, um projecto de TGV em conjunto, as enormes quantidades dos produtos/serviços etc que é importado de Espanha, continuar a haver agua do guadiana e douro na parte portuguesa! Penso que melhores relaçoes nao podiamos ter. Bom seria termos mais paises vizinhos, mais trocas comerciais, mais infraestruturas em conjunto!
VASTA COSTA MARITIMA - penso que mais nao podemos fazer! Com tres grandes portos (Lisboa, Leixões e Sines), nao vai ser pelo mar que vamos conquistar ou mudar o mundo como no século XV!
CLIMA E PESSOAS - No Brasil tambem há um clima fantastico e as pessoas sao extremamente simpaticas e alegres! E no entanto têm graves problemas sociais, economicos e politicos, nomeadamente a corrupçao como tanto se tem falado ultimamente! Ou seja também nao vai ser pela nossa simpatia e calor de abril a outubro que vamos "encontrar o caminho certo"!

Um gde abraço

Anónimo disse...

Ao ler este, discutivel, post previ duas reacções: Uma demagógica e simples, a chamada simples crítica; Outra sincera de quem percebeu, com dificuldade, a mensagem que, acredito, que o autor nos queria transmitir.
É verdade que temos milhares de problemas, é obvio que a educação seria o pacto essencial e é comum dizer-se, tal como este anónimo o disse,que este governo está a aplicar politicas de direita.
Estou de acordo com a opinião do bernardo relativamente á exigencia de uma planificação politica para o nosso País. Quando se lê um artido deste tipo, não se pode esquecer tudo o resto, e defender aquilo que o paizinho ou a própria pessoa defende, esqueçenco o conteudo e atirando mais lenha para a fogueira.
Para mim, também nao faz sentido estarmos dependentes de politicas completamente discricionárias. As politicas, reformas e posições tomadas têm de ser vistas na globalidade, têm de ser em prol de um caminho, da tal meta, do tal destino que o bernardo fala...
E caro anónimo, para além da tua cobardia ao criticares sem assinar, deixa-me que te diga que pelo Post deste semana percebi que o próprio bernardo é um sério defensor deste governo e Presidente da républica, por se assim não fosse, não confiava nos comandantes e tripulação da nossa caravela.
Tudo o resto é discutivel...mas Turismo e Pesca são certamente dois sectores em que nos deviamos especializar

Anónimo disse...

Grande Bernardo!!! Tu não tens apenas uma fronteira, tens duas, porque metade do interior está desertificado, ou seja primeiro tens que povoar as cidades perto da fronteira, criar beneficios,para quem vá viver para o interior, não se pode ter uma pais tao pequenino e tão caro. Já alguém pensou que sai mais barata a viagem de carro Madrid Evora, que Porto Evora?
Tens que tornar o país economicamente mais rentavel e essencialmente mais justo.
Sabado era ver os espanhois na baixa a quererem fazer compras e as lojas fechadas.
Primeiro temos que mudar as coisas pequenas, para depois entao fazer os grandes voos.
Ps.: já alguem pensou que um café no dia 31 de dezembro de 2000 custava 50 escudos e no dia a seguir 0,50€(100$)? Mais essencial, um pão custava 12 escudos passou a 12 centimos?

Amarcord disse...

Bernardo

O que dizes tem toda a razão de ser... numa economia que esteja no pleno emprego, ou quase. Não parece q antes de 2008 as coisas estejam tão risonhas q passemos a ter a AR a discutir aquilo que Portugal quer fazer.
Sem estabilização orçamental o que disseste é difícil. O Estado vai ter de emagrecer ainda mais p Bruxelas não nos cair em cima, restam-nos os privados e o exterior q, se por um lado, investem naquilo que for mais rentável para eles, por outro, com uma taxa de IRC de 25% mais a derrama, o mais provável é nem chegarem a investir.
Os pactos políticos vão ter de esperar pela sua vez, pq a ordem do dia nos tempos que correm é mesmo cortar na despesa para ver se a coisa entra nos eixos sem ter de obrigar o português a apertar ainda mais o cinto. Isto porque entre nós aumentar a receita é sinónimo de aumentar os impostos, em vez de se fazer duma vez por todas uma marcação cerrada aos chicos-espertos que fogem, ilícitamente, ao fisco.

Quanto aos "clusters" que escolheste, também eu penso no equivalente a uma Av. António Augusto de Aguiar em Madrid ou Barcelona. Com os espanhóis devíamos tb ter aprendido a aplicar decentemente os fundos comunitários, porque isso é que marcou a diferença entre ambos a partir de 86... Além disso a balança de capitais, para nós, está longe de ser uma parcela secundária.

O turismo: indiscutível, temos praias e pousadas de sonho, mas acho que ao tentar atrair o turista de classe muito alta (que é o que pede lagosta, eu sei) descurámos a qualidade da oferta para a classe média. N faz sentido termos hotéis e pousadas com bom gosto e serviço de luxo só para ingleses e depois obrigarmos o turista médio a pagar um balúrdio na época alta para ser mediocremente servido. Aqui há q democratizar p não se repetirem fenómenos como Albufeira. E p deixarmos de ter taxas de ocupação zero em época baixa, apostava no vá para fora cá dentro, com pousadas de turismo de habitação a preços que até nós pudéssemos pagar (nem q fosse só uma vez).

Quanto à pesca, acho q é um sector à custa do qual, sinceramente, n vamos enriquecer.
Primeiro pq é uma actividade regulada milimetricamente pela legislação comunitária, sobretudo regulamentar, desde as cotas de pesca até à malhagem das redes. Toda a gente sabe quem é q decide tudo na UE, e não somos nós.
Depois porque de repente agora virou tudo amigo dos peixinhos e temos as organizações ambientalistas de régua na mão a medirem cada carapau (estou pronta para as vossas retaliações, mas acho q o desenvolvimento sustentável passa claramente por outras prioridades).
Além disso hoje em dia aquilo q dá dinheiro no mar já n é a pesca mas sim a captura dos fundos marinhos. Não sei bem o que é, mas os minerais que tão no fundo do mar (plâncton?) agora valem um dinheirão (que o digam as consumidoras do Crème de la Mer). Até tratados já há sobre a matéria e a comunidade internacional n é ingénua... Portugal n tem equipamento nem mão de obra qualificada p entrar nessa corrida. Nem orçamento p o comprar.
Por último, n temos uma guarda costeira suficientemente apetrechada p cair eficazmente em cima daqueles q se esticam e vêm cá roubarnos a nossa pescada. P não falar da fantochada q são as sanções aplicáveis, qdo são.
Acho q por aqui não vamos lá, podemos melhorar e para bem dos nossos pescadores espero que o façamos, (o que me parece complicado, pq a pesca tá inserida no mesmo ministério da agricultura, e é esta q absorve a maior fatia da dotação orçamental que é atribuída ao mesmo, tal como a PAC no orçamento da UE) mas nunca dar cartas.

Valham-nos oásis como a Auto-Europa e o novo Sharan...

Beijinhos

Amarcord disse...

O que dizes não é utópico Bernardo, é apenas desfasado para os dias que correm.

E esta hein?

Anónimo disse...

"Só com um sistema educativo inteligentemente concebido podemos andar para a frente e deixar de ser este país de saloios que não dá valor ao que tem e que está a entrar numa inevitavel falência"
Fausto há quantos anos estás na faculdade?Quantas cadeiras fizeste?
Sabes quanto é que o estado gasta contigo por ano em educação?Informa-te.
Dás valor ao que tens? (e tens a oportunidade de estudar numa das melhores universidades do país a um custo muito menor do que aquele que pagarias se não fosse a ajuda do estado..)
O sistema está a entrar em falência ? Mas tu ajudas a derreter recursos onde depois não se vê contrapartida.
Falar é facil, mas quando o fazemos temos de estar preparados para ouvir.
Sinceramente achei o teu post de "caracter negativo" não pelas bocas que pouco adiantam, a não ser no máximo uma risada, mas sim pela leviandade com que criticas quase tudo e quase todos sem veres que acabas por ser um dos visados.
Abraço
P.S- Um sistema de educacao nao falivel seria um que nao deixasse alunos como tu nao fazerem o que nao fazem... Exemplos: Aumento das propinas, multas. Incentivos meu caro.

Anónimo disse...

meu caro amigo anonymous, fico contente por ter reparado no caracter humoristico que tinha o post que escrevi. De resto e porque a nossa faixa etária não é certamente a mesma (e baseio me no seu post para lhe dizer isto), aconselho-o a assinar futuras declarações que queira proferir. Um grande abraço e boa sorte na universidade...

Fausto

Anónimo disse...

A figura anónima não pode ser utilizada para ataques pessoais.

Tens pelos vistos algumas pessoas que imbirram contigo.

Bom, de qualquer forma proponho - e apenas isso - que o editorial fale de assuntos mais especificos (dentro das temáticas utilizadas), que obrigue as pessoas a investigar - e pensar - antes de falar.

Quero dizer com isto, que quando escrevam, sustentem-no com argumentos concretos e não sejam tão circundantes.

Bos sorte!

Anónimo disse...

E eu proponho que tu faças um blog teu...

Um abraço a todos em especial ao Fausto que gostou de certeza de se imaginar de volta à vida universitária...

Anónimo disse...

quando é que a sara silva começa a escrever?!farto dos vossos comments pseudo-intelectuais...pergunto-me se a sara irá mostar fotos da belissima obra de arte, que é o seu corpo..forte abraço

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