sábado, setembro 23, 2006

O Entroncamento Político

Ao pensar em política tendemos automaticamente a identificar ideologias, partidos e a rotulá-los segundo o binómio Esquerda e Direita.
É um facto, ou até já um costume cultural, que muito dificilmente se poderá mudar.
Mas a politica, será de facto, apenas isto?
Serão apenas um conjunto de ideologias, personalizadas em partidos posicionamos à esquerda ou à direita?
Mas à esquerda e à direita de quê e de quem?
Não haverá um rumo político que possa sustentar ideias mistas, quer à esquerda como à direita?
Qual a diferença entre a actual esquerda e direita?
Se pensarmos bem, hoje em dia, a diferença é pouca. Já não podemos posicionar a esquerda na pura ideologia socialista marxista porque não faz sentido, fica descontextualizado, nem podemos interpretar as políticas de direita como conservadoras e capitalistas.
Esta ideia retrógrada sobre o posicionamento político é limitadora e falaciosa.
A verdade é que neste Mundo globalizado e em sistemática mudança os países têm de promover políticas para o bem de todos e não apenas para o “umbigo” dos elementos do seu partido. Felizmente ou infelizmente, esta nova realidade do Mundo mudou radicalmente a visão relativamente à política.
Vejamos, por exemplo, a actual realidade política portuguesa.
Se nos esquecermos da ideologia pura e dura, qual é a diferença, hoje, entre o PS e o PSD?
Neste momento até estamos a assistir a insólitas acusações à governação PS, acusada de promover/concretizar políticas supostamente de direita!
Mas será isso o importante?
Devemo-nos preocupar com o rótulo de esquerda ou direita das políticas praticadas pelos governos, ou com a necessidade da sua implementação e concretização para o bem do futuro do nosso País!?
A verdade, e o que verdadeiramente é importante, é a concretização de políticas necessárias e indispensáveis.
Pode-se discutir a forma como foram implementadas, ou até mais a extremo a sua origem…mas é indiscutível a sua necessidade.
Além disso, a oposição, qualquer uma que seja, dever-se-á preocupar mais, em apresentar soluções politicas construtivas e inovadoras ou pura e simplesmente negar e estar contra qualquer acção do governo em funções!?
Será mais importante o desenvolvimento e o bem do País ou as intrigas ideológicas e os lobbies políticos intrínsecos e enraizados nos partidos!?
A política, tal como a sociedade, precisa de uma mudança, ou até de uma “revolução”. Precisa de viver sem rótulos ou ideologias fixas…até porque, como sabemos, a verdade evolui…o que ontem era uma certeza, como Plutão fazer parte do Sistema Solar ou o CDS ser um partido ao centro, hoje já não faz sentido.
A política precisa de se autonomizar.
Quer queiramos quer não, hoje, os partidos posicionam-se, ou vão-se posicionando, consoante os seus líderes.
A política dos nossos dias não pode viver de ideologias fixas e rígidas, mas sim de Homens e convicções.
Esta é a política do Sec. XXI
O que defendo é a mudança…os Homens… boas políticas…bons líderes…o melhor para o nosso País!
A política não pode ser um entroncamento em que apenas podemos seguir duas direcções obrigatoriamente: a esquerda ou a direita.
É muito mais do que isso.
É reflectir, pensar, são ideias, conjecturar, solucionar, construir e concretizar um caminho renovador e moderno: o melhor possível para uma Sociedade, um País e para o Mundo.
Isto sim é política.

1 comentário:

Anónimo disse...

nao poderia estar mais em desacordo com o que acabei de ler.

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